sábado, 30 de abril de 2011

Carta




    Eu queria trazer-te uma imagem qualquer
    para os teus anos...
    Oh! mas apenas este vazio doloroso
    de uma sala de espera onde não está ninguém...
    E que,
    longe de ti, de tuas mãos milagrosas
    de onde os meus versos voavam - pássaros de luz
    a que deste vida com teu calor -
    é que longe de ti eu me sinto perdido
    - sabes? -
    desertamente perdido de mim!
    Em vão procuro...
    mas só vejo de bom, mas só vejo de puro
    este céu que avisto da minha janela.
     E assim, querida,
    eu te mando este céu, todo este céu de Porto Alegre
    e aquela
    nuvenzinha
    que está sonhando, agora, em pleno azul!

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 26)






Imagem: www.deviantart.com

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Hamletiana



Ser ou estar... eis a questão!

Mario Quintana (Caderno H, p 313)




Citando Fernando Pessoa...


Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
Meu transpor tardo de os ver.

São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está.

Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que um dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo passo é uma cruz.

(Mensagem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. p 223)


Imagem: www.deviantart.com

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dos tipos humanos




     Os extrovertidos são julgados normais. Quanto aos introvertidos, chegam a submetê-los a tratamento. Mas para curá-los de quê? De não poderem ser chatos, como os outros?

Mario Quintana (Caderno H, p 231)



Imagem: Luluka

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu escrevi um poema triste



    Eu escrevi um poema triste
    E belo apenas da sua tristeza.
    Não vem de ti essa tristeza
    Mas das mudanças do tempo,
    Que ora nos traz esperanças
    Ora nos dá incerteza...
    Nem importa, ao velho tempo,
    Que sejas fiel ou infiel...
    Eu fico, junto à correnteza,
    Olhando as horas tão breves...
    E das cartas que me escreves
    Faço barcos de papel!

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 104)




Imagem: www.deviantart.com

terça-feira, 26 de abril de 2011

A rainha



     Elizabeth II? Não: Elizabeth, simplesmente... Ou então a Lilibeth, como a chamavam quando menina. E foi mesmo uma grande sorte para o Império Britânico que haja ascendido ao trono uma mulher, e uma mulher moça e bela. Porque sendo ela o símbolo do Império, os seus súditos, por um natural sentimento de galanteria, com tanto menos empenho hão de servi-la, servindo assim ao Império.
     Pois estou a crer que o ardor não seria tanto assim, se agora encarnasse o Império algum madurão de olhos empapuçados (os homens da Casa de Windsor têm todos uma singular antifotogênica tendência para empapuçar os olhos). Mas, sendo ela quem é, e como é, para o mais anônimo soldado de Sua Majestade, para o mais modesto funcionário da administração, distantes e perdidos para os confins do Império, a encantadora Elizabeth será, a seus olhos e em seus corações, uma espécie de PIN-UP QUEEN.

Mario Quintana (Porta giratória, p 168)


Imagem: www.weheartit.com

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nostalgia



     Esnobe? Nem por isso... Mas eu gosto é de filmes com cristais e duquesas. E com grandes lustres devoradores de reflexos. Ali onde a alegria cabe apenas num sorriso. E onde a tristeza é apenas uma valsa lenta.

Mario Quintana (A vaca e o hipogrifo, p 243)




Imagem: www.weheartit.com

domingo, 24 de abril de 2011

Os rios



     Há na vida tanta coisa,
     Tanta coisa e um só olhar!
     Toda a tristeza dos rios
     É não poderem parar...

      Mario Quintana (A cor do invisível, p 109)









Imagem: www.weheartit.com

sábado, 23 de abril de 2011

O mundo delas




     Que importa o asfalto, o cimento, isso tudo?! As meninazinhas sempre saem da escola correndo descalças sobre a relva...

Mario Quintana (A vaca e o hipogrifo, p 191)




Imagem: www.deviantart.com

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A vendedora de violetas



     Não te assustes com a cafonice do título. Eu também não acredito que tenham jamais existido as vendedoras de violetas. É dessas coisas falsamente poéticas, pura invencionice para idealizar a miséria misturando-a com flores - ainda mais a violeta, famosa pela sua humildade e modéstia - ôrre!

Mario Quintana (Caderno H, p 272)



Imagem: www.deviantart.com

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O problema




     Cineastas, romancistas, psicólogos e outros psis - como se preocupam eles com o problema da solidão! Por quê? O único problema da solidão consiste em como preservá-la.

Mario Quintana (Caderno H, p 267)




Imagem: www.weheartit.com

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Frêmito




Um ruído assusta o cheiro do jasmineiro.

Mario Quintana (Caderno H, p 232)








Imagem: www.deviantart.com

terça-feira, 19 de abril de 2011

Preguiça




     Certa vez abalancei-me a um trabalho intitulado "Preguiça". Constava do título e duas belas colunas em branco, com a minha assinatura no fim. Infelizmente não foi aceito pelo supercilioso coordenador da página literária.
     Já viram desconfiança igual?
     Censurar uma página em branco é o cúmulo da censura.

Mario Quintana (Caderno H, p 90)



Imagem: calpaiva.blogspot.com

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ah! Os relógios




    Amigos, não consultem os relógios
    quando um dia eu me for de vossas vidas
    em seus fúteis problemas tão perdidas
    que até parecem mais uns necrológicos...

    Porque o tempo é uma invenção da morte:
    não o conhece a vida - a verdadeira -
    em que basta um momento de poesia
    para nos dar a eternidade inteira.

    Inteira, sim, porque essa vida eterna
    somente por si mesma é dividida:
    não cabe, a cada qual, uma porção.

    E os anjos entreolham-se espantados
    quando alguém - ao voltar a si da vida -
    acaso lhes indaga que horas são...

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 96)






Citando Caio Fernando Abreu...



Carlos chega ao céu

E olhando aquele nuvenzal todo, comenta: “Gente, não é que virei mesmo eterno?”

Lá no céu, Cecília Meireles acorda cedinho. Mais cedo ainda do que de costume, que ela gosta de espiar os querubins tontinhos de sono. Mas hoje é dia especial. Cecília prende os cabelos, depois toma sua homeopatia (será Dulcamara? daqui não dá pra ver — pode até ser Stramonium) e lava devagar o rosto na água do arco-íris. Bebe seu chazinho de  pétalas de rosa branca— amarela não, que dá azia. Escova devagar as asas, pluma por pluma. Só depois de bem bonita é que bate de leve na porta da nuvem ao lado. Dentro, um resmungo mal-humorado.

É Vinícius de Moraes, que virou a noite com o arcanjo Gabriel, conhecendo as bocas da zona da Ursa Maior, aquela louca pirada. Mesmo de ressaca, o Poetinha acorda. “É hoje” — sussurra Cecília na janela que Vinícius abre, ainda de pijama, as asas desgrenhadas, um bafo de estrelas cadentes que Cecília até disfarça, vira o rosto. Vinícius se espreguiça: “Ô xará, não é que é mesmo hoje?” E vai correndo se aprontar.

De braços dados, os dois vão bater à porta da nuvem de Manuel Bandeira. Mas nem era preciso. Manuel já está aceso, debruçado na janela, o nariz um pouco vermelho, fungando e tomando o café quente que Irene acabou de preparar. “É hoje” — dizem Cecília e Vinícius. Manuel funga: “E eu não sei, gente? Daqui a pouquinho”. Os três ficam em silêncio, o coração deles começa a bater no mesmo compasso (dodecassilabo? daqui não dá para ouvir direito). Então eles olham para baixo, em direção ao planeta Terra, que gira e gira, meio bobo de tão azul.

Aí uma nuvem dourada lá embaixo começa a ficar cada vez mais dourada, a chegar cada vez mais perto. Brilha tanto que os três quase se assustam, até reconhecerem São Pedro na direção. Que pena, não dá mais tempo de chamar Pedro Nava. A nuvem aterrissa, São Pedro abre a porta. Um pouco encabulado, atrapalhado com as asas, cabeça baixa. Carlos Drummond de Andrade desce e põe os pés no céu. “Não é que virei mesmo eterno?” — comenta, olhando aquele nuvenzal todo. Então vê os três. Tanto tempo, pois é, tanto tempo, pensei que nem vinha mais. Cecília, você não mudou nada, e essa barriga, Poetinha? não toma jeito, curou a tosse, Bandeira? tá mais magro, Carlos, e a Dolores? vai bem, mandou lembrança, qualquer dia chega por aqui. Irene traz mais café, bem preto, bem forte. Vinícius dá um jeitinho de virar no café uma talagada de uísque da garrafinha que carrega sempre, disfarçada sob a asa esquerda. Os quatro brindam, olhos molhados de saudade satisfeita.

Depois olham pro mundo aqui debaixo, que gira e gira, todo azul, assim de longe, e esperam um pouquinho, enquanto bebem o café, até conseguirem localizar, entre as nuvens, a  América do Sul. Custa um pouco para encontrarem, quase no extremo sul dessa América, um pontinho luminoso chamado Porto Alegre e, bem no centro do coração dessa cidade, um velhinho de cara sapeca, parado em frente a um porta-retratos com a foto da Bruna Lombardi. É o Mario Quintana — eles sabem —, ou será o Anjo Malaquias? (isso nunca ninguém soube). Cecília, Vinícius, Manuel e Carlos sorriem mansinho, espiando Mario lá do céu, lá de cima.

Mas à Terra— tão azul assim, vista de longe, vista de cima—eles olham com pena. Sabem que pelo menos metade desse azul todo, depois que eles se foram, brota dali, do quartinho do Mario. Aí suspiram, tadinho, que barra! Um anjo torto vem pedir autógrafo de Carlos. “Desguia” — avisa Vinícius. — "Um chato, maior aluguel." Carlos pergunta de Maria Julieta, Manuel diz que leva ele até lá. Cecília tem um almoço com Clarice e Ana Cristina. Vinícius não sabe se dorme mais um pouco ou se pega o Leon Eliachar para irem até a casa da Elis — será que já acordou, a diaba? —, tá com samba novo na cabeça, precisa cruzar com a Clementina.

Cá embaixo, no centro do coração gelado do pontinho luminoso chamado Porto Alegre, pleno agosto, Mario Quintana abre a janela, olha para cima e dá uma piscadinha.
Danados, pensa, que danadinhos. O dia parece tão cinzento que não resiste à tentação de escrever um poema. Bem curtinho, bem feliz. Entre lá e cá, girando e girando sem parar, feito louca. A Terra também não resiste. De puro gosto, fica ainda mais azul—você viu?






Imagem: Closs

sábado, 16 de abril de 2011

Urbanística




     Essas vilas de arrabalde com os seus jardins bem arrumados, bonitinhos, comportadinhos... Mas por que não a liberdade de um matagal selvagem? Por que não deixam ao menos a natureza ser natural?

Mario Quintana (A vaca e o hipogrifo, p 71)








Imagem: www.deviantart.com

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Que será de mim?


     Com essa leitura dinâmica, decerto nem chegarão a me enxergar... Que sobrará de mim eu que só escrevo para os que gostam de ler nas entrelinhas? Que escrevo, como bem sabem os meus fregueses, apenas para os gulosos, e jamais para os glutões.

Mario Quintana (Caderno H, p 277)



Imagem: www.deviantart.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Do caderno de um peripatético



Se eu fosse acreditar mesmo em tudo o que penso, ficaria louco.

Mario Quintana (Caderno H, p 316)





Imagem: www.maryana01.deviantart.com

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A lua de Babilônia



    Numa esquina do Labirinto
   às vezes
   avista-se a Lua.
   "Não! como é possível uma lua subterrânea?"

   (Mas cada um diz baixinho:
   Deus te abençoe, visão...)

    Mario Quintana (Esconderijos do tempo, p 69)











Imagem: www.deviantart.com

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ah! É?



     Acabo de ler, num artigo de jornal, que pertenço à "antiga geração". Deve ser por isso mesmo que me sinto tão arejado como um velho casarão de vidraças partidas.

Mario Quintana (Porta giratória, p 133)




Imagem: www.weheartit.com

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Auto-Retrato



     No retrato que me faço
     - traço a traço -
     às vezes me pinto nuvem,
     às vezes me pinto árvore...

     às vezes me pinto coisas
     de que nem há mais lembrança...
     ou coisas que não existem
     mas que um dia existirão...

     e, desta lida, em que busco
     - pouco a pouco -
     minha eterna semelhança,

     no final, que restará?
     Um desenho de criança...
     Terminado por um louco!

     Mario Quintana (Antologia Poética, p 79)





Citando Armindo Trevisan.... 

  Homo Viator

   
   Sou homem... Que bom é ser
   qualquer coisa, assim, ao léu,
   uma pluma de vender,
   um pensamento, um chapéu,
   enfim ser tão sómente isto,
   ser apenas pelo meio,
   sem um nome, sem um misto
   de ancoragem ou de enleio,
   ser nada (não é possível)
   ser tudo (mas é demais)
   ser então o indefinível
   nem tão pouco, nem demais.

   Ser no amor o amor calado
   meio nu, meio essencial,
   porque tudo o que é colmado
   bem parece horizontal.
   Só o que não se aprimora
   até ao pormenor existe:
   o dia é adulto na aurora,
   a noite mais bela, triste.

   Por isso, desejo ser
   sendo apenas o que sou:
   um pouco de parecer
   e muito que não chegou.

   Fonte: www.astormentas.com  




   Imagem: NOI Production

domingo, 10 de abril de 2011

Dupla delícia



     O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.

Mario Quintana (Caderno H, p 306)




Imagem: www.deviantart.com

sábado, 9 de abril de 2011

Verão



    No capinzal o meu cabelo cresce;
    Pende, polpa madura, o lábio teu no fruto;
    Todo o calor te diz: "Amadurece
    Mais, ainda mais e tomba!"
    Eu não espero
    Vento nenhum que te derrube, eu quero
    Que tombes, doce e morna, por ti mesma, onde
    Mais sejas desejada e apetecida... Vem!
    Faremos
    Da verdura acre
    E doce polpa
    Manjar que as reses lamberão
    E virão farejar os animais noturnos

    Antes que nos sorva, lentamente, o chão...

    Mario Quintana (Antologia Poética, p 91)








Imagem: www.weheartit.com

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dos chatos




     O maior chato é o chato perguntativo. Prefiro o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir pensando noutra coisa... Me lembro que fiz um soneto inteiro - bem certinho, bem clássico e tudo - durante o assalto ao Quartel do Sétimo, isto é, quando um veterano de 30 me contava mais uma vez a sua participação nas glórias e perigos daquela investida.
     As velhotas que nos contam seus achaques também são de grande inspiração poética.
     Mas  que   fazer  contra   a  amabilidade  agressiva  do  chato  solícito?   Aquele  que  insiste  em   pagar  nossa passagem,  nosso cafezinho,  ou quer levar-nos à força para um drinque,  ou faz questão fechada de nos emprestar um livro que não temos a mínima vontade de abrir.
     Ah!  ia-me  esquecendo  dos  proselitistas  de  todas  as  religiões.   Os  proselitistas amadores;   que  são os piores. Quanto aos sacertodes que conheço, registre-se em seu favor que eles sempre me falam de outras coisas. Ou me julgam um caso perdido ou um caso garantido. Bem, qualquer que seja o caso, deixam-me em paz.
     O que pode acontecer de mais chato no mundo é o chato que se chateia a si mesmo, o autochato.
     Para  essa  extrema  contingência,  descobri em  tempo que a última  solução não é o suicídio.  É escrever, desabafar para cima do leitor, o qual, se me leu até aqui, a culpa é toda dele.
     Há gente para tudo.

Mario Quintana (Caderno H, p 327)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Da arte pura



     Dizem eles, os pintores, que o assunto não passa de uma falta de assunto: tudo é apenas um jogo de cores e volumes. Mas, eu, humanamente, continuo desconfiado que deve haver alguma diferença entre uma mulher nua e uma abóbora.

Mario Quintana (Caderno H, p 313)



Imagem: Amedeo Modigliani ("Nude Sitting on a Divan", 1917)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ruínas e construções





     Tão belo como um edifício em construção contra um céu azul, só mesmo um edifício em ruínas contra o mesmo céu. O que importa é o céu azul.

Mario Quintana (Caderno H, p 123)







Imagem: www.deviantart.com

terça-feira, 5 de abril de 2011

Das alianças desiguais




    Gato do Mato e Leão, conforme o combinado,
    Juntos caçavam corças pelo mato.
    As corças escaparam... Resultado:
          Não escapou o gato.

    Mario Quintana (Espelho mágico, p 46)









Imagem: www.deviantart.com

segunda-feira, 4 de abril de 2011

S.O.S.




    O poema é uma garrafa de náufrago jogada ao mar.
    Quem a encontra
    Salva-se a si mesmo...

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 125)



      Imagem: Dallas Nagata

domingo, 3 de abril de 2011

As estrelas




     Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
     De margaridas lindo campo em flor!
     Tão alto o Céu!... Pudesse eu ir colhê-las...
     Diria alguma se me tens amor.

     Estrelas altas! Que se importam elas?
     Tão longe estão... Tão longe deste mundo...
     Trêmulo bando de distantes velas
     Ancoradas no azul do céu profundo...

     Porém meu coração quase parava,
     Lá foram voando as esperanças minhas
     Quando uma, dentre aquelas estrelinhas,

     Deus a guie! do céu se despencou...
     Com certeza era o amor que tu me tinhas
     Que repentinamente se acabou!

     (1934)

     Mario Quintana (A cor do invisível, p 24)









Imagem: Alana Siebert

sábado, 2 de abril de 2011

Da preguiça




     A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

Mario Quintana (Caderno H, p 144)



Imagem: www.weheartit.com

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fatalidade



     O que mais enfurece o vento são esses poetas inveterados que o fazem rimar com lamento.


Mario Quintana (Caderno H, p 84)







Imagem: www.deviantart.com