sábado, 30 de abril de 2011

Carta




    Eu queria trazer-te uma imagem qualquer
    para os teus anos...
    Oh! mas apenas este vazio doloroso
    de uma sala de espera onde não está ninguém...
    E que,
    longe de ti, de tuas mãos milagrosas
    de onde os meus versos voavam - pássaros de luz
    a que deste vida com teu calor -
    é que longe de ti eu me sinto perdido
    - sabes? -
    desertamente perdido de mim!
    Em vão procuro...
    mas só vejo de bom, mas só vejo de puro
    este céu que avisto da minha janela.
     E assim, querida,
    eu te mando este céu, todo este céu de Porto Alegre
    e aquela
    nuvenzinha
    que está sonhando, agora, em pleno azul!

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 26)






Imagem: www.deviantart.com

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