quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu escrevi um poema triste



    Eu escrevi um poema triste
    E belo apenas da sua tristeza.
    Não vem de ti essa tristeza
    Mas das mudanças do tempo,
    Que ora nos traz esperanças
    Ora nos dá incerteza...
    Nem importa, ao velho tempo,
    Que sejas fiel ou infiel...
    Eu fico, junto à correnteza,
    Olhando as horas tão breves...
    E das cartas que me escreves
    Faço barcos de papel!

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 104)




Imagem: www.deviantart.com

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