quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Esses inquietos ventos


    Esses inquietos ventos andarilhos
    Passam e dizem: "Vamos caminhar,
    Nós conhecemos misteriosos trilhos,
    Bosques antigos onde é bom sonhar...

    E há tantas virgens a sonhar idílios!
    E tu não vieste, sob a paz lunar,
    Beijar os seus entrefechados cílios
    E as dolorosas bocas a ofegar..."

    Os ventos vêm e batem-me à janela:
    "A tua vida, que fizeste dela?"
    E chega a morte: "Anda! Vem dormir..."

    Faz tanto frio... E é tão macia a cama:
    Mas toda a longa noite inda hei de ouvir
    A inquieta voz do vento que me chama!

    (1935)

    Mario Quintana (A cor do invisível, p 128)

2 comentários:

  1. .

    Lu, você me encanta com suas postagens!

    Afinal, como não se encantar com o Quintana? Pura emoção!

    "A inquieta voz do vento que me chama!"

    Vou seguí-la... Para onde me levará?
    Não sei... vou indo com ela.

    Beijos, querida!

    Amo sua presença luz!

    .
    .

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  2. .

    Lu, já sigo o blog "Meu olhar caleidoscópio" há um bom tempo, hoje passei a seguir com meu outro blog.

    Por coincidência estou usando a mesma frase no msn "Ninguém nunca precisou de restos para ser feliz."


    Beijos, menina encantada.

    .
    .

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