Há poetas, há certos poemas radioativos. São os que, sem querer, vem operando as transmutações, as mutações humanas. Não eram cogumelos súbitos. Agitava-os o vento shakesperiano de todas as paixões, de todos os cuidados. Não sei se ficamos melhores ou piores: ficamos mais profundos. Mas há, neste mundo, os que sofrem a vertigem das profundezas ou das alturas. Para esses, inclinam-se à beira da estrada umas florinhas silvestres que sempre estão se oferecendo: colhe-me, colhe-nos! E os poetas da planície fazem buquês com elas! Alguns até belíssimos, mas sem perigo algum. Pudera! Eram flores de retórica.
Mario Quintana (Porta giratória, p 32)
Imagem: www.deviantart.com
Que bela postagem, Mario Quintana muito se orgulharia do teu blog, amiga.bjs
ResponderExcluirSó de pensar que isso seria verdade, meu coração se alegra. Talvez me sinta mais próxima dele, que tanto me entende, que fala por mim, que profundamente me toca. Por tamanha e absurda sintonia, sinto os olhos dele sobre mim a cada poema publicado... olhos daqueles que, sem dizer uma só palavra, por si só refletem aquela que portas e janelas abre... um gosto feliz de tudo que traduz "SIM". :)
ResponderExcluirMas bah! Quintana é td de bom! Teu blog tah lindo, uma delícia de ler! Amo Mário Quintana desde pequena! Beijos guria! ;)
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