terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O baú



    Como estranhas lembranças de outras vidas,
    que outros viveram, num estranho mundo,
    quantas coisas perdidas e esquecidas
    no teu baú de espantos... Bem no fundo,

    uma boneca toda estraçalhada!
    (isto não são brinquedos de menino...
    alguma coisa deve estar errada)
    mas o teu coração em desatino

    te traz de súbito uma idéia louca:
    é ela, sim! Só pode ser aquela,
    a jamais esquecida Bem-Amada.

    E em vão tentas lembrar o nome dela...
    e em vão ela te fita... e a sua boca
    tenta sorrir-te mas está quebrada!

    Mario Quintana (Esconderijos do tempo, p 52)

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