sábado, 3 de setembro de 2011

VIII

(para Dyonelio Machado)



   Recordo ainda... E nada mais me importa...
   Aqueles dias de uma luz tão mansa
   Que me deixavam, sempre, de lembrança,
   Algum brinquedo novo à minha porta...

   Mas veio um vento de Desesperança
   Soprando cinzas pela noite morta!
   E eu pendurei na galharia torta
   Todos os meus brinquedos de criança...

   Estrada afora após eu segui... Mas, ai,
   Embora idade e senso eu aparente,
   Não vos iluda o velho que aqui vai:

   Eu quero meus brinquedos novamente!
   Sou um pobre menino... acreditai...
   Que envelheceu, um dia, de repente!...

   Mario Quintana (A  rua dos Cataventos, p 26)







Imagem: www.weheartit.com

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