quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Frustração



     Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntes do mundo...

Mario Quintana (Caderno H, p 81)




Citando Florbela Espanca... 

Outonal


Caem as folhas mortas sobre o lago!
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Olha, anoitece!
- Brumas longínquas do País Vago...


Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago...


Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a Terra inteira de esplendor!


Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor...


Sonetos. Biblioteca Ulisseia de autores portugueses. p 106








Imagem: www.weheartit.com

Um comentário:

  1. Confesso que me perdi diante de tanta coisa maravilhosa.
    Versos, poemas inteiros, imagens e a tua alma dentro de todas essas coisas.
    Abraços

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