Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntes do mundo...
Mario Quintana (Caderno H, p 81)
Citando Florbela Espanca...
Outonal
Caem as folhas mortas sobre o lago!
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Olha, anoitece!
- Brumas longínquas do País Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a Terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor...
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Olha, anoitece!
- Brumas longínquas do País Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a Terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor...
Sonetos. Biblioteca Ulisseia de autores portugueses. p 106
Imagem: www.weheartit.com
Confesso que me perdi diante de tanta coisa maravilhosa.
ResponderExcluirVersos, poemas inteiros, imagens e a tua alma dentro de todas essas coisas.
Abraços