Tu te abres como uma flor...
E
depois
o nosso olhar é límpido como as águas de um regato...
E distanciadamente falamos do nosso mundo com todos os seus inclusives:
conflagrações, boatos, ataques, surpresas, compromissos...
E todas essas coisas são poemas a nossos ouvidos.
Mario Quintana (Baú de espantos, p 58)
Citando Cecília Meireles...
Surpresa
TRAGO os cabelos crespos de vento
e o cheiro das rosas nos meus vestidos.
O céu instala no meu pensamento
Os seus altos azuis estremecidos.
Águas borbulhantes, árvores tranquilas
vão adormentando meus tempos chorados.
E a tarde oferece às minhas pupilas
nuvens de flores por todos os lados.
Ó verdes sombras, claridades verdes,
que esmeraldas sensíveis hei nutrido,
para sobre o meu coração verterdes
mirra de primaveras e de olvidos?
Ó céus, ó terra que de tal maneira
ardente e amarga tenho atravessado,
por que agora pensais com tão fino cuidado
vossa mansa, calada, ferida prisioneira?
e o cheiro das rosas nos meus vestidos.
O céu instala no meu pensamento
Os seus altos azuis estremecidos.
Águas borbulhantes, árvores tranquilas
vão adormentando meus tempos chorados.
E a tarde oferece às minhas pupilas
nuvens de flores por todos os lados.
Ó verdes sombras, claridades verdes,
que esmeraldas sensíveis hei nutrido,
para sobre o meu coração verterdes
mirra de primaveras e de olvidos?
Ó céus, ó terra que de tal maneira
ardente e amarga tenho atravessado,
por que agora pensais com tão fino cuidado
vossa mansa, calada, ferida prisioneira?
(Cecília Meireles - Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1973. p 95)
Imagem: www.weheartit.com
Lindas mensagens, Lu! Um abração, e bom domingo!! Aline
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