segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vida


    Não sei
    o que querem de mim essas árvores
    essas velhas esquinas
    para ficarem tão minhas só de as olhar um momento.

    Ah! se exigirem documentos aí do Outro Lado,
    extintas as outras memórias,
    só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum de imagens:
    aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado
    ou
    uma
    nuvem perdida,
    perdida...

    Meu Deus, que modo estranho de contar uma vida!

    Mario Quintana (Esconderijos do tempo, p 45)


     Imagem: www.deviantart.com

3 comentários:

  1. Quintana escrevia com a alma...
    Ler suas palavras me dão a impressão de estar olhando meu reflexo em um espelho que vê além do meu interior.
    Quintana é eterno!

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  2. "que modo estranho de contar uma vida"

    lindo...

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  3. Lindo querida! Aqui é um blog que nos serve até como pesquisa... Adoro tudo por aqui!!

    Grande beijo!!

    Até mais...

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