A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo
como a voz dos passarinhos
- mas que será que dizia?
A nossa canção de roda
era boba como a lua.
Mas a roda dispersou-se
cada qual perdeu seu par...
Agora,
nossos fantasmas meninos
talvez a cantem na lua...
talvez que junto a algum leito
a morte a esteja a cantar
como quem nana um filhinho...
A nossa canção de roda
tinha nada e tinha tudo:
era
uma girândola de vozes
chispando
mais lindas do que as estrelas
era uma fogueira acesa
para enganar o medo, o grande medo
que a Noite sentia
da sua própria escuridão.
Mario Quintana (Baú de espantos, p 70)
Citando Cecília Meireles...
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! Tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Olha...achei um lugar onde vou poder ver belos poemas. rs.
ResponderExcluirEstou te seguindo.
Tenha um bom final de semana.