O meu esporte único é a luta corpo a corpo com o meu Anjo da Guarda.
Lutamos tanto pelo que queremos
Que no final ficaremos redondamente mortos no chão,
Para maior alívio de Nosso Senhor,
Para sempre livre de nós dois!
Mario Quintana (Velório sem defundo, p 149)
Citando Florbela Espanca...
Alma perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras minh'alma
Que choraste perdida em tua voz!...
Fonte: (Sonetos Forbela Espanca. Lisboa: Biblioteca Ulisseia de autores portugueses, 1990. p 50)
Imagem: www.deviantart.com
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